24 de ago. de 2013

VIDA MORTA!



“Mas, lembra-te de teu Criador nos dias de tua juventude, antes que venham os maus dias e que apareçam os anos dos quais dirás: Não sinto prazer neles...” Eclesiastes 12.1


Era um homem trabalhador. Se dedicou tanto a empresa que acabou mudando o natural das coisas. Enquanto muitos acordavam com o galo e final da tarde voltava para casa para descansar juntamente com todos os finais de semana. Enquanto muitos aos sábados enchiam os parques e praças com os filhos para brincar e aos domingos podia reunir a família para ir à igreja, ele com toda a dedicação cumpria horários, dormia pouco, ficava sempre cansado e trabalhar aos finais de semana era corriqueiro, sem falar em muitas horas extras feitas para aumentar o orçamento.

Certo dia num surto psicótico e desesperadamente agitado abandona o serviço e transtornado sai correndo. Ouvindo o chamado de sua consciência e não querendo mais erra e desperdiçar sua vida tentando responder sem resposta o que era certo ou errado, real ou irreal, começa a sonhar em recomeçar, em corrigir os erros esperando não ser tarde demais acreditando que a vida pudesse lhe trazer algo de bom.

Um amigo vendo seu desespero corre atrás dele e antes que ele atravessasse os portões da empresa o agarra e ambos caem no chão. Olhando para seu rosto encontra um homem assustado e com medo. Preocupado começa a gritar com ele perguntando o que estava acontecendo. Poderia gritar o quanto pudesse seu amigo ele não conseguia ouvir, ele não tia reação a não ser ter os olhos estalados e lágrimas correndo de seus olhos e um sussurro bem baixinho dizendo: “Não aguento mais, preciso de vida, preciso viver meus filhos, viver minha esposa, meu cachorro! Preciso respirar! Preciso ir para casa!”
Seu amigo abraçado com ele no chão começa a chorar, pois tudo aquilo que ele falava em tom baixinho não fazia sentido. Tinha trabalhado a vida todo loucamente, não tinha vida social, não saía com os amigos, não dormia direito, não comia bem e já era de uma certa idade. Toda sua vida se passou dentro dos portões da empresa, não tinha esposa e filhos, nunca tivera tempo para conquistar uma família e nem mesmo um cachorro.

Enquanto ambulâncias se aproximavam com suas sirenes e paramédicos abriam suas portas, ele ali abraçado fortemente ao seu amigo chorava ao vê-lo desperdiçar toda sua vida simplesmente por não ter entendido o dom da vida e a alegria que Deus deu a todos os viventes de viver uma vida abundante, agradável, deleitável e deliciosa.

A maior felicidade dos homens é viver com Deus, desfrutar do amor da esposa, do carinho dos filhos e companhia dos amigos e dos privilégios do descanso. Isso é perfeito, santo e abençoador.


Miquéias de Castro


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