Uma Noite em Belém
“Porque um menino nos
nasceu, um filho se nos deu...” Isaías 9:6
Há muito se esperava um
menino. Não, não era um menino comum, mas um prometido. Por toda uma vida meninos
após meninos nasciam, a cada gravidez uma nova esperança nascia, um alarido
ressoava notas de júbilo e alegria de ansiedade, expectativa e sonhos, tal
coral harmonioso. Mas, assim como nascia tal esperança ao ressoar de cada
primeiro choro, com a mesma facilidade se esvaía, abrindo flagelos nas almas
dos viventes.
Mas, aquela noite era
diferente de todas, o céu estava estrelado, a noite, costumeiramente fria
estava aquecida, chegou o dia tão esperado, o dia da redenção, o dia do alívio,
do descanso. O menino estava para nascer, a verdadeira esperança estava pronta
para chegar, mas estavam todos esquecidos da promessa, todos preocupados com
seus problemas. Cada qual atarefado com suas vicissitudes, alienados às suas
paixões. O mundo precisava dele, mas o mundo não esperava mais por ele.
Não havia lugar para
ele nascer, os hospitais estavam fechados, todos com suas famílias, os hotéis lotados,
pois era uma data festiva, tempo propício para tirar férias, para viajar, para
lotarem casa hotel, pensão e pousada. Era o grande dia, o dia do nascimento do
Redentor, do menino rei, o filho da justiça. Mas, cadê todos? De repente o
choro começa ecoar de uma manjedoura. Sim, por falta de outro lugar. Não pela
maldade dos ou coisa semelhante, mas porque todos estavam entregues as
preocupações com a casa cheia, preocupações com o que fazer, com a ceia que seria
servida. Mas ele nasceu.
Uma grande estrela ofuscou
todo o brilho das outras, como se quisesse dizer: “É chegada a hora, o rei
nasceu”. Mas, nada. Alguns homens, viajantes, quem sabe dois ou três, passaram por
lá e lhe ofereceram presentes e logo partiram. E os outros?
Não, não estou
descrevendo uma história que aconteceu a mais de dois anos, estou narrando uma história
real, uma história que aconteceu ontem e que pode se repetir hoje, a história
da indiferença humana. Jesus nasceu a mais de dois mil anos numa estrebaria,
pois não se achou lugar para ele nascer entre os homens, e ainda hoje ele
continua tentando nascer todos os dias nas nossas vidas para plantar esperança
onde só há desespero, alegria node há tristeza, paz onde há guerra. Mas os anos
se passaram, décadas a fio, séculos e milênios e o coração do homem continua
cheio e preocupado com tudo, menos com o nascimento do Menino.
Que nesse Natal, essa
história não se repita. Que neste ano, o tão esperado, nãos mais menino, mas
Senhor nasça em sua vida. Apesar dos presentes, da família, das festas, o
melhor lugar e de maior honra seja guardado para Cristo, nosso Salvador.
Pense nisto: “Veio para
o que era seu, e os seus não o receberam”. (João 1:11)
FELIZ NATAL.
Miquéias de Castro
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