23 de dez. de 2012

Uma Noite em Belém





“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu...” Isaías 9:6

Há muito se esperava um menino. Não, não era um menino comum, mas um prometido. Por toda uma vida meninos após meninos nasciam, a cada gravidez uma nova esperança nascia, um alarido ressoava notas de júbilo e alegria de ansiedade, expectativa e sonhos, tal coral harmonioso. Mas, assim como nascia tal esperança ao ressoar de cada primeiro choro, com a mesma facilidade se esvaía, abrindo flagelos nas almas dos viventes.

Mas, aquela noite era diferente de todas, o céu estava estrelado, a noite, costumeiramente fria estava aquecida, chegou o dia tão esperado, o dia da redenção, o dia do alívio, do descanso. O menino estava para nascer, a verdadeira esperança estava pronta para chegar, mas estavam todos esquecidos da promessa, todos preocupados com seus problemas. Cada qual atarefado com suas vicissitudes, alienados às suas paixões. O mundo precisava dele, mas o mundo não esperava mais por ele.

Não havia lugar para ele nascer, os hospitais estavam fechados, todos com suas famílias, os hotéis lotados, pois era uma data festiva, tempo propício para tirar férias, para viajar, para lotarem casa hotel, pensão e pousada. Era o grande dia, o dia do nascimento do Redentor, do menino rei, o filho da justiça. Mas, cadê todos? De repente o choro começa ecoar de uma manjedoura. Sim, por falta de outro lugar. Não pela maldade dos ou coisa semelhante, mas porque todos estavam entregues as preocupações com a casa cheia, preocupações com o que fazer, com a ceia que seria servida. Mas ele nasceu.

Uma grande estrela ofuscou todo o brilho das outras, como se quisesse dizer: “É chegada a hora, o rei nasceu”. Mas, nada. Alguns homens, viajantes, quem sabe dois ou três, passaram por lá e lhe ofereceram presentes e logo partiram. E os outros?

Não, não estou descrevendo uma história que aconteceu a mais de dois anos, estou narrando uma história real, uma história que aconteceu ontem e que pode se repetir hoje, a história da indiferença humana. Jesus nasceu a mais de dois mil anos numa estrebaria, pois não se achou lugar para ele nascer entre os homens, e ainda hoje ele continua tentando nascer todos os dias nas nossas vidas para plantar esperança onde só há desespero, alegria node há tristeza, paz onde há guerra. Mas os anos se passaram, décadas a fio, séculos e milênios e o coração do homem continua cheio e preocupado com tudo, menos com o nascimento do Menino.

Que nesse Natal, essa história não se repita. Que neste ano, o tão esperado, nãos mais menino, mas Senhor nasça em sua vida. Apesar dos presentes, da família, das festas, o melhor lugar e de maior honra seja guardado para Cristo, nosso Salvador.

Pense nisto: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam”. (João 1:11)

FELIZ NATAL.


Miquéias de Castro

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