30 de mar. de 2012

Portões do Coração



E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, e perguntavam: Quem é este? E muitos estendiam as suas vestes no caminho, e outros, ramos que haviam cortado dos campos. Tanto os que iam adiante dele como os que vinham, depois clamavam: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!

O povo estava em terrível aflição. Os velhos e as crianças eram deixados para morrer, os jovens levados como escravos. Não havia paz nem sossego. Esperava uma antiga promessa de que viria um libertador, um rei, um homem que mudaria a história de sofrimento do seu povo. Mas que promessa demorada. Muitos já havia esquecido dela. Por centenas de anos aguardavam, mas o dia tão esperado chegou. O libertador estava entre eles. Um pequeno burburinho começa a ser ouvido nos corredores escuros do submundo daquela cidade. Eram tantos que almejavam a liberdade política, social e econômica.

Aquele pequeno solfejo começa a tomar volume. Aqueles que antes se sentiam fracos, diante dos seus opressores, começam a se sentirem fortalecidos, os que temiam são encorajados, os que se escondiam começam a sair das tocas, das cavernas, pois o sol da esperança começava brilhar. Saem todos à rua a espera do grande líder, do temível senhor que esmagaria a cabeça de seus opressores.

Os grandes portões da cidade se abrem. Vinha ele ainda longe quando roupas eram estendidas, ramos apanhados e com eles tapetado o chão árido e seco. Não tinham eles ouro e nem prata para lhe dar de presente. Não tinham purpuras para lhe oferecerem de tapete, mas tudo o que tinham lhe eram ofertado: suas vidas, o louvor, a honra. Gritando com todo o pulmão, num alarido de muitas vozes clamavam: “Hosana, bendito aquele que vem em nome do Senhor”.

Ao entrar pelos portões, ele causa espanto nos reis, temor nos príncipes. Os opressores começam a se preocuparem, os soldados outrora imponentes agora se curvam amedrontados. Vinha ele com grande exército? Comandava ele grande cavalaria e inúmeros guerreiros? Não. Vinha montado sobre um jumentinho e suas armas eram a paz, o amor e a compaixão. Contra essas armas não podiam guerrear, pois não as conheciam, contra elas não existe lei, não existe guerra, não existe vitória.

Este é o mesmo rei que espera encontrar os portões do nosso coração para entrar, mudar nossa história e nos amar. Não precisamos mais esperar, pois nossa esperança é chegada, nosso Redentor, Libertador, Jesus, vive e sob seus pés quer colocar todos os nossos temores. Bendito é aquele que vem em nome do Senhor!


Miquéias Castro

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