5 de jan. de 2014

NOVA ESTRUTURA


“E ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutra sorte, o vinho novo rompe os odres e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; o vinho novo deve ser deitado em odres novos”. Marcos 2:22

As festas terminaram... os fogos cessaram... a casa começou a ficar vazia! O último carro buzina em tom de despedida e logo dobra a primeira esquina ausentando-se dos seus olhos. Deu um suspiro aliviado: Ufa!

Não que não tenha gostado de toda a agitação, do corre-corre das crianças nos corredores, da grande quantidade de comida todas as refeições, das muitas risadas e poucas horas de sono. Não, não respirou aliviado por acabar tudo isso... respirou pelo fato de entender que junto com todo o término das festas acabara também o ano que deveras foi difícil.

Leva a mão puxa a trava que mantinha o portão aberto e começa a fechá-lo. Seus pensamentos e sentimentos se uniam, mãos dadas, feitos casal apaixonado, em um só foco: Ano Novo, Vida Nova, Novas Paixões, História por escrever.

Fechado o portão da garagem, procura aquietar o coração para tentar dormir um pouco. Já era madrugada e bem cedo precisava picar o cartão de pontos, mas ainda que cansado estava feliz. Feliz pelo fato de tudo ia ser diferente, tudo ia mudar, a magia do Ano Novo traria consigo a esperança.

Dez para as cinco da manhã seu relógio desperta, mas tenta cochilar mais um pouquinho. De repente acorda assustado, pois, o cochilo se transformou num sono pesado fazendo-o  perder a hora. Sai irritado de casa pois precisava escolher entre uma xicara de café e um pedaço de pão ou o ônibus que estava dando sinal na esquina da sua chegada. Atrapalhado, coloca uma camisa, uma calça por fechar e sapatos ainda nas mãos corre para não perder o transporte. Continuaria a se vestir a caminho. Seus colegas de trabalho zombam dele, pois a camisa que havia colocado, além de estar pela metade estava também pelo avesso e o cabelo todo despenteado.

Procura um lugar para fugir da atenção e das risadas como também para terminar de se arrumar. Dormira pouco, ainda o sono não era todo disperso e quando o ônibus para, todos descem e passando por ele dão-lhe cascudos para o acordar e isso o irrita mais ainda. Seu dia começara terrível e isso era sinal que nada acabaria bem no final do mesmo. De repente se chefe passa por ele e diz uma frase que o faz despertar: “O ano é novo, mas a vida ainda é velha!”

Ele percebeu que o ano era novo mesmo, mas toda aquelas superstições que ele havia nutrido e que o tinha feito suspirar aliviado na madrugada anterior não era real. O ano mudara, mas ele não... continuava sendo o mesmo atrasado de sempre, o atrapalhado da turma, o enrolado da empresa, o motivo de riso de todos. Ele percebeu que o ano mágico que esperava todos os anos nunca acontecia pois o ano mudava menos ele, seus costumes, seus erros. Descobriu que ele tornava todos os Anos Novos na mesma velharia de sempre.

Foi isso que Jesus quis ensinar quando ele disse: “E ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutra sorte, o vinho novo rompe os odres e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; o vinho novo deve ser deitado em odres novos.” Em outras palavras Jesus falava que coisas novas necessitam de estruturas novas. Não adianta começara o Ano Novo com os mesmos erros de outrora, não adianta fazer juras de amor se não está disposto a cumpri-las, não adianta escrever grandes listas e guardá-las nas gavetas.

Para que teu Ano seja verdadeiramente Novo, e por conseguinte, sua vida seja Nova, mude suas estruturas. Ame mais, abrace mais, cumpra mais, viva mais e sobre tudo sirva a Deus. 

Feliz 2014 

Miquéias de Castro


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