11 de jan. de 2014

À BOLINA




"E Perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?" Lucas 18.18

Era fim de tarde... O céu estava lindo. Tons avermelhados e azulados se misturavam como em tela de um grande artista fazendo uso da aquarela e dando asas à sua imaginação. Era típico céu de verão.

Estava em mar aberto. Saiu para navegar, como procurava fazer duas vezes por semana em sua pequena embarcação à velas. Enquanto navegava, apreciava a beleza da paisagem que se transformava diante de seus olhos. Percebe que quando colocou seu barco na água ainda era claro, com sol a pino, mas timidamente ele estava se retirando preludiando a noite que estava para chegar.

Fascinado com tamanha beleza, não percebe que o vento soprava cada vez mais forte levando-o mais e mais longe da praia. Como era um veleiro experiente vira suas velas 45° contrário ao vento – o que jamais faria que não tivesse experiência – o chamado “navegação à bolina”, muito usado por profissionais para enganar a ventania. Posicionando as velas em relação à direção do vento e o ângulo formado pelo eixo do barco em pouco tempo ele estava de volta à praia antes mesmo que escurecesse por completo.

Mas navegar à bolina não é fácil. Além do conhecimento, é necessário muita prática e um grau elevado de paciência. Conhecimento para sabre que é possível navegar contra o vento e a maré, prática pois, é uma navegação difícil devido a inclinação das velas e muita paciência pois, o barco levará três vezes mais, em tempo, para percorrer a mesma distância.

Foi isso que Jesus tentou ensinar ao jovem que o abordou perguntando: "Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?” A pergunta dele era: “Como posso chegar ao céu?”. Nesse diálogo entre um jovem rico e Jesus percebemos que o jovem tinha pouco conhecimento sobre Cristo, nada de prática e nenhuma paciência. Pouco conhecimento, pois, ele chegou a citar partes dos 10 mandamentos, e se esquece do mais importante: “Amar a Deus sobre todas as coisas”, nada de prática, pois, Jesus o convida a depender exclusivamente de Deus e não confiar nas suas posses vendendo tudo o que tinha e abençoar os pobres e ele não é capaz de praticar nenhuma das duas coisas e por fim Jesus o convida a segui-lo enquanto o jovem achava que já era merecedor dos céus e que podia já tomar posse disso.


Muitas vezes teremos que velejar contra o vento, teremos que desafiar a força da maré e só será possível se estivermos seguindo Jesus, aprendendo com Ele e esperando nele. Essa é a navegação à bolina no mar aberto chamado mundo.


Miquéias de Castro

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