ÁRVORES E FRUTOS
“...mas também nos gloriamos nas
próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a
perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Romanos 5.3,4
Matinha
um sonho em seu coração de um dia ter um pedaço de terra; um pedaço de chão era
como se dizia. É certo que, como é para todos, o tempo estava passando e esse
sonho ainda não tinha sido realizado por causa de outras prioridades maiores em
família com as quais ele precisava se envolver e não lhe sobrava um “dinheirinho”
a mais. Mas isso não era motivo de reclamação. Sabia ele que um dia ele
conseguiria e esse dia chegou. Apareceu um pedaço de chão para ele perfeito,
como ele imaginou sempre: não muito grande e nem muito pequeno, levemente
inclinado e de vegetação rasteira e uma nascente de água cristalina. Era
perfeito para o fim que planejava: construir uma casinha e um pomar. Comprou
uma grande quantidade de mudas de árvores, cada qual de uma espécie frutífera,
pois pretendia ele se deleitar dos seus frutos e deu início ao plantio. Depois
de plantadas uma a uma em seu devido lugar, se distanciou para olhar de longe e
apreciar todas elas. Estavam viçosas, verdejantes quando foram colocadas no
solo, diferente da aparência que se encontrava 15 dias depois. Quem olhasse
para seu pomar o julgaria um péssimo plantador, pois não “preparou” a terra
retirando as pedras e não a adubou, regava pouco, bem menos do que eu e você,
mesmo sem entender o faríamos. Questionado sobre a forma com que cuidava de sua
plantação ele só respondia que ia demorar um pouquinho mais, mas quando
frutificasse seus frutos seriam sadios e doces. Riam-se dele e meneando a
cabeça diziam: Vai morrer tudo! Mas aquele homem estava certo. Demorou um pouco
mais, mas nunca se viu árvores tão saudáveis e frutos tão doces como aqueles.
Seu pensamento era, eu consegui: pouca água para incentivar suas raízes serem
mais profundas e encontrar correntes de águas mais puras e frescas, e chão
pedregoso para desafiar cada árvores a crescer forte e robusta. Esse pomar
estava pronto a enfrentar qualquer praga, qualquer vendaval, e manter seus
frutos sempre doces. Assim somos nós. Deus não quer que sejamos filhos mimados
tendo tudo nas mãos, frágeis e infrutíferos. Nossas lutas não declara que Deus
nos abandonou e sim que é uma das formas que Ele usa para nos deixar cada vez
mais fortes. É o que o Apostolo Paulo disse em sua carta aos Romanos 5.
Miquéias de Castro
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