6 de jul. de 2013

AGRURA


“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.” Romanos 7.18,19

Por toda a história humana estamos condenados a certo imperativo à disputa, à competição, à concorrência com um tom de rivalidade. Não sabemos fazer nada sem concorremos com alguém. Pode nem mesmo a outra pessoa saber, mas sem expressar uma só palavra ou gesto, nos pomos a competir tendo como prêmio satisfatório o sentimento de ser o melhor.

Antes mesmo de nos compreender como gente, antes mesmo de sermos aptos a formar frases com mais de duas palavras, ou antes até de conseguirmos nos apoiar firmes sobre as próprias pernas pela pouca idade, já nos pomos às disputas por brinquedos, pela atenção, pelo amor e etc.

Nunca estamos prontos a perder, a provar o gosto “avinagrado” da derrota. Amaro já nos é o segundo e o terceiro lugar no pódio. Ainda que politicamente correto nos seja falar que: “o que importa não é ganhar e sim competir” ou algo do gênero, quando entramos em uma disputa é sempre para elevar sobre nossas cabeças a maior taça, o maior troféu, alçar nosso pescoço com a medalha de ouro.

Mas, segundo o apostolo Paulo, existe uma luta digladiada por todos nós, competida e disputada desde os primeiros aos últimos dias de todo o vivente: a Guerras do bem e do mal. Uma batalha que estamos sempre enfrentado, mas sem importar com os resultados, com a vitória ou até mesmo com as consequências da derrota.

Quero me expor à vergonha, que muitas vezes não queremos assumir, de ser um perdedor, um vencido. Pintar de vitorioso sempre é bom, é glamoroso e é célebre, mas assumir ser um perdedor dói, maltrata, humilha e de acordo com Paulo, somos derrotados pela malignidade que habita em nós.

O que me espanta é que não nos preocupamos com a mais importante luta enfrentada por nós, a que é traçada entre o querer fazer o bem, mas sempre executar o mal. Sentimo-nos os pior dos seres se formos mal em uma prova, se formos reprovados num processo seletivo, se perdermos nosso lugar para outra pessoa, mas nada sentimos todas as vezes que a vontade má, os desejos pecaminosos, influenciam nosso atos, nossas palavras, nossos sentimentos.

Quero sim assumir minha miséria, meu fracasso, minha infâmia de ser um pecador carente, necessitado da graça e da misericórdia de Deus. E que isso me ensine a me preocupar mais com meus pecados, abençoar mais o meu próximo e agradar mais o coração de Deus.



Miquéias de Castro









Miquéias de Castro

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