AGRURA
“Porque eu sei que em mim, isto é,
na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não,
porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero,
esse faço.” Romanos 7.18,19
Por
toda a história humana estamos condenados a certo imperativo à disputa, à
competição, à concorrência com um tom de rivalidade. Não sabemos fazer nada sem
concorremos com alguém. Pode nem mesmo a outra pessoa saber, mas sem expressar
uma só palavra ou gesto, nos pomos a competir tendo como prêmio satisfatório o
sentimento de ser o melhor.
Antes
mesmo de nos compreender como gente, antes mesmo de sermos aptos a formar
frases com mais de duas palavras, ou antes até de conseguirmos nos apoiar firmes
sobre as próprias pernas pela pouca idade, já nos pomos às disputas por
brinquedos, pela atenção, pelo amor e etc.
Nunca
estamos prontos a perder, a provar o gosto “avinagrado” da derrota. Amaro já
nos é o segundo e o terceiro lugar no pódio. Ainda que politicamente correto
nos seja falar que: “o que importa não é ganhar e sim competir” ou algo do
gênero, quando entramos em uma disputa é sempre para elevar sobre nossas
cabeças a maior taça, o maior troféu, alçar nosso pescoço com a medalha de
ouro.
Mas,
segundo o apostolo Paulo, existe uma luta digladiada por todos nós, competida e
disputada desde os primeiros aos últimos dias de todo o vivente: a Guerras do
bem e do mal. Uma batalha que estamos sempre enfrentado, mas sem importar com
os resultados, com a vitória ou até mesmo com as consequências da derrota.
Quero
me expor à vergonha, que muitas vezes não queremos assumir, de ser um perdedor,
um vencido. Pintar de vitorioso sempre é bom, é glamoroso e é célebre, mas
assumir ser um perdedor dói, maltrata, humilha e de acordo com Paulo, somos
derrotados pela malignidade que habita em nós.
O
que me espanta é que não nos preocupamos com a mais importante luta enfrentada
por nós, a que é traçada entre o querer fazer o bem, mas sempre executar o mal.
Sentimo-nos os pior dos seres se formos mal em uma prova, se formos reprovados
num processo seletivo, se perdermos nosso lugar para outra pessoa, mas nada
sentimos todas as vezes que a vontade má, os desejos pecaminosos, influenciam
nosso atos, nossas palavras, nossos sentimentos.
Quero
sim assumir minha miséria, meu fracasso, minha infâmia de ser um pecador
carente, necessitado da graça e da misericórdia de Deus. E que isso me ensine a
me preocupar mais com meus pecados, abençoar mais o meu próximo e agradar mais
o coração de Deus.
Miquéias de Castro
Miquéias de
Castro
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