7 de jun. de 2013

COLHEITA




“De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí”. Jeremias 31.3

O sol não havia dado o ar gracioso da sua presença ainda. Não era chegado o tempo de a lua abandonar a sena ausentando-se. Mas, lá de longe já se podia vê-lo chegando.

Estava orgulhoso, sentia-se bem naquele passeio pré-matinal. Caminhava ele todo contente, pois havia semeado boas sementes e seu jardim estava repleto das mais belas e raras flores que qualquer um pudesse imaginar. Digo “imaginar” me referindo à tamanha preciosidade e valência em ornamento e perfume. Nem mesmo os jardins suspensos da Babilônia se comparavam a ele.

Orgulhoso, deslizava suas mãos sobre elas enquanto andava de forma gentil a acaricia-las. Procurava ele uma que pudesse colher, buscava uma que maestrinamente emanasse um delicioso perfume a fim de ataviar, adornar com grandioso ornato sua presença.

Todas elas, as flores mais belas, as mais perfumadas se viravam em sua direção, tal girassóis fazem com o grande astro. Tal imã, suas mãos atraía suas belas e amadas flores querendo ser escolhidas.

De longe ele a viu, de longe a escolheu e com um amor eterno a amou... Aproximou-se devagar, aspirou de forma suave e lentamente profunda seu perfume, sorveu delicioso perfume.

Num ar gracioso, ajoelha no chão, estende suavemente suas mãos e arrebata da terra suas raízes. De longe se podia vê-lo distanciar, estava feliz! Expressava um ar de contentamento e deleite, satisfação brilhava de seus olhos, desfastio e entusiasmo se percebiam em seu sorriso.

Aquela flor alcançou seu ápice, seu maior prazer: a possibilidade de ser atraída pela benignidade do Supremo Jardineiro Jesus.


Miquéias Castro




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