30 de dez. de 2012

CAMINHOS



“Então o Senhor disse a Abrão: Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Partiu Abrão, como lhe ordenara o Senhor.” Gênesis 12.1, 2, 4a

Havia planejado sua viagem de retorno para casa depois de ido visitar alguns de seus familiares. Na sua mente, todo o plano estava traçado: acordaria bem cedo, e muito tardar, 08h estaria no carro junto com sua esposa e filho. Entra em seu veículo, arruma a altura do banco, enquadra os retrovisores, checa o combustível, faz uma última revisão mental para ver se não estava esquecendo nada, nenhuma das bagagens, bate a porta do carro e saem. A viagem não era muito longa, nem muito perto, aproximadamente 400 km. No primeiro km percebe que estava esquecendo algo. Não, não era bagagem ou mala; estava esquecendo que não sabia voltar, pois não conhecia o caminho. Parou no acostamento, tirou o GPS que estava no porta-luvas e traçou a rota. Esperava que fosse uma viagem tranquila.

Percorrido 100 km, o GPS determina que sua rota fosse por meio de um cafezal. A estrada estava enlameada, decorrente de uma chuva torrencial na noite anterior. Com medo das surpresas que aquela estrada poderia proporcionar, contraria a orientação do GPS procurando outro caminho. Não sabia quantos quilômetros iria percorrer por ali, se muito ou se pouco. E se ficasse atolado na lama, e se quebrasse o carro, e se..., e se..., e se..., e se....

Todas as direções que tentava tomar por si só, o GPS insistia e leva-lo pela estrada não pavimentada. Parou o carro por várias vezes para perguntar o caminho a todos que encontrava e nada. Não conseguia achar outro caminho, mas também não dava ouvidos ao direcionamento mostrado pelo dispositivo via satélite.
Aquela, que era para ser uma viagem tranquila de aproximadamente 4 a 5 horas, já havia passado 6 horas e ainda estava perdido. Já irritado por causa daquele grande transtorno e todos casados e famintos, percebe que não pode voltar sozinho, aceita que não sabe o caminho e descobre que todas as informações colhidas de cada abordagem não os levavam a lugar algum. Para o carro reprograma o GPS, que nesta altura já estava desligado. Traça novamente a rota e decide aceitar o caminho pelo qual o GPS o guiaria. Depois de 1 hora e meia começou a perceber que estava em um lugar que conhecia e pode tranquilizar, pois aquela viagem estava próxima do fim.  

Quantas vezes pedimos para Deus ser nosso guia, nosso instrutor, nosso “GPS”, mas lá  no fundo, temos nossos próprios caminhos, desconfiamos dos caminhos traçados por Deus, tememos as desventuras ou dificuldades que julgamos encontrar, sem nem mesmo conhecer o caminho. É como o escritor do livro de Provérbios disse: “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte.” Provérbios 14.12

Não adianta, nós não podemos caminhar sozinhos, nós não sabemos o caminho a ser percorrido, nós nos perdemos todas as vezes que tentamos caminhar sós. Nossa oração precisa ser como a do salmista: “... segure-me pela mão direita e guias-me com o teu conhecimento”. Salmo 73

Jesus é o único capaz de nos guiar pelo caminho. Não se atemorize se no trajeto aparecer grandes pedras, profundos buracos ou muita lama. Ainda que Ele nos permita passar por pedaços difíceis, ele sempre nos fortalecerá e nos conduzirá em segurança.



Miquéias de Castro

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