CAMINHOS
“Então o Senhor disse a Abrão: Saia
da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra
que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei
famoso o seu nome, e você será uma bênção. Partiu Abrão, como lhe ordenara o
Senhor.” Gênesis 12.1, 2, 4a
Havia planejado sua viagem de retorno para
casa depois de ido visitar alguns de seus familiares. Na sua mente, todo o
plano estava traçado: acordaria bem cedo, e muito tardar, 08h estaria no carro
junto com sua esposa e filho. Entra em seu veículo, arruma a altura do banco, enquadra
os retrovisores, checa o combustível, faz uma última revisão mental para ver se
não estava esquecendo nada, nenhuma das bagagens, bate a porta do carro e saem.
A viagem não era muito longa, nem muito perto, aproximadamente 400 km. No primeiro
km percebe que estava esquecendo algo. Não, não era bagagem ou mala; estava
esquecendo que não sabia voltar, pois não conhecia o caminho. Parou no
acostamento, tirou o GPS que estava no porta-luvas e traçou a rota. Esperava que
fosse uma viagem tranquila.
Percorrido 100 km, o GPS determina que sua
rota fosse por meio de um cafezal. A estrada estava enlameada, decorrente de
uma chuva torrencial na noite anterior. Com medo das surpresas que aquela
estrada poderia proporcionar, contraria a orientação do GPS procurando outro
caminho. Não sabia quantos quilômetros iria percorrer por ali, se muito ou se
pouco. E se ficasse atolado na lama, e se quebrasse o carro, e se..., e se...,
e se..., e se....
Todas as direções que tentava tomar por si
só, o GPS insistia e leva-lo pela estrada não pavimentada. Parou o carro por
várias vezes para perguntar o caminho a todos que encontrava e nada. Não conseguia
achar outro caminho, mas também não dava ouvidos ao direcionamento mostrado
pelo dispositivo via satélite.
Aquela, que era para ser uma viagem tranquila
de aproximadamente 4 a 5 horas, já havia passado 6 horas e ainda estava
perdido. Já irritado por causa daquele grande transtorno e todos casados e
famintos, percebe que não pode voltar sozinho, aceita que não sabe o caminho e
descobre que todas as informações colhidas de cada abordagem não os levavam a
lugar algum. Para o carro reprograma o GPS, que nesta altura já estava
desligado. Traça novamente a rota e decide aceitar o caminho pelo qual o GPS o
guiaria. Depois de 1 hora e meia começou a perceber que estava em um lugar que
conhecia e pode tranquilizar, pois aquela viagem estava próxima do fim.
Quantas vezes pedimos para Deus ser nosso
guia, nosso instrutor, nosso “GPS”, mas lá
no fundo, temos nossos próprios caminhos, desconfiamos dos caminhos
traçados por Deus, tememos as desventuras ou dificuldades que julgamos
encontrar, sem nem mesmo conhecer o caminho. É como o escritor do livro de
Provérbios disse: “Há caminho que ao homem parece direito,
mas ao cabo dá em caminhos de morte.” Provérbios 14.12
Não
adianta, nós não podemos caminhar sozinhos, nós não sabemos o caminho a ser
percorrido, nós nos perdemos todas as vezes que tentamos caminhar sós. Nossa
oração precisa ser como a do salmista: “... segure-me pela mão direita e
guias-me com o teu conhecimento”. Salmo 73
Jesus
é o único capaz de nos guiar pelo caminho. Não se atemorize se no trajeto
aparecer grandes pedras, profundos buracos ou muita lama. Ainda que Ele nos
permita passar por pedaços difíceis, ele sempre nos fortalecerá e nos conduzirá
em segurança.
Miquéias de Castro
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