25 de nov. de 2012

VISÃO CEGA



“Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração” (1 Samuel 16.7).

Havia numa cidade um grande rei. Era temido por todos, era respeitado, aclamado. Certo dia ele saiu em busca de um sucessor. Chama um de seus súditos para uma grande peregrinação. Já tinha em mente onde ele poderia encontrar aquele que com sabedoria e grande capacidade pudesse assumir seu trono, mas decidiu que iria fazer uma grande viagem e que percorreria por todo seu vasto reino e com ele levara seu fiel escudeiro.

Quando, depois de muito caminharem, direciona uma pergunta ao jovem escudeiro: O que é preciso ter para ser apto a reinar em meu lugar? O jovem sem muito hesitar, responde: Senhor, preciso ser experimentado na guerra, habilidoso com armas e homem forte e temível. Precisa ter um passado de glória e conquista.

O rei, diante desta resposta, diz: Então será você quem escolherá o futuro senhor e Lorde da nação.

Aquele simples escravo temeu diante de tamanha responsabilidade, mas aceitou tal desafio. Depois de muitos dias sem muito sucesso, já cansados, entram numa pequena aldeia, onde são recepcionados por um simples senhor que os convida a passarem a noite em sua casa. No caminho até a pequena casa, aquele humilde súdito conta a aquele bom velhinho o motivo da viajem deles e que procuravam um sucessor para seu senhor.

Chegando à casa, onde passariam a noite, aquele velho hospedeiro faz passar diante deles seus três filhos, almejando ele ser um dos três o futuro rei.

Ao passar o primeiro, muito se empolga e quase de imediato o escolhe. Olha para o sábio rei, seu senhor e é surpreendido por um menear de cabeça de um lado para o outro. Pede então para que entre o segundo. Era ainda mais forte, mais robusto, habilidoso nas armas e vitorioso em muitas batalhas. Não tinha mais dúvida, seus olhos se agradaram, mas mais uma vez ao se virar para o sábio rei, novamente ele reprovava sua escolha. Pede então para que entre o terceiro. Os dois primeiros somados não davam a valentia, a força e a sabedoria deste último. Antes mesmo que o servo falasse algo, o sábio rei pergunta ao velho pai: Acabaram seus filhos todos? Ao que ele respondeu: Não, ainda tem o menor, o mais jovem... Ele não se destaca na batalha como estes.
Então o rei pediu que o buscasse. Ainda que discordasse, a palavra do rei era uma ordem.

Buscaram o pequeno jovem e fê-lo passar pelo rei que bradou em alta voz: É esse! Surpreso e atônito seu súdito pergunta: Mas, senhor, não são os outros muito mais experientes e preparados para tamanha responsabilidade e privilégio? O rei com um sorriso responde: Você vê o que seus olhos conseguem ver, mas eu enxergo o coração.

Não é força física, capacidade humana, habilidades naturais, diploma, sobrenome, família, dinheiro, posição ou qualquer outra coisa que nos capacita ser escolhido por Deus, a não ser um coração inclinado a viver para ele.




Miquéias de Castro

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