12 de jul. de 2012

Além do Limite




E perguntou Jesus ao pai dele: Há quanto tempo sucede-lhe isto? Respondeu ele: Desde a infância; e muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. Ao que lhe disse Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê. Imediatamente o pai do menino, clamando, [com lágrimas] disse: Creio! Ajuda a minha incredulidade. Marcos 9.21-24

Pisava firme... Suas pegadas fortes e profundas! Não, não era um gigante ou algo parecido, era uma pessoa fisicamente como as outras, mas seu diferencial era ser considerado ´como quem anda com os “pés no chão”. Era uma característica de que tanto se orgulhara por muito tempo.

Já desde sua adolescência decidiu que sonhar era para os fracos, ele projetava seu futuro. Ele não almejava, ele executava. Num primeiro momento, isso lhe pareceu pertinente demais para deixar de ser assim. O não sonhar, o não esperar, o não crer, ao longo dos anos, foi aniquilando sua fé resumindo-a a crer apenas nos que os olhos podiam ver, no que suas mãos podiam alcançar, onde seus pés podiam leva-lo.

Já não era mais tão jovem, o tempo também passou para ele, mas se orgulhava, mesmo que seus cabelos já estivessem brancos e suas forças não fossem as mesmas, podia olhar para trás e ver que havia construído um patrimônio, tinha uma bela esposa e um lindo filho. Mas a vida lhe pregou uma peça!

Todas as noites, gostava de se sentar na varanda de sua casa para contemplar e refletir sobre sua vida. Remoía seu passado e se alegrava com os frutos do presente. Só que naquela noite aquela corriqueira retrospectiva foi interrompida com o toque do celular. Levantou, pegou o celular que insistia em tocar, levou ao ouvido e antes que dissesse “Alô!” suas pernas estremeceram ao ouvir do outro lado da linha uma voz que chorava muito. Não queria crer, mas era sua esposa. Entre muitas lágrimas ela diz que ela e seu filho havia se envolvido num acidente e ele estava muito machucado. Ele pega seu carro e, desesperadamente, em meio às lágrimas vai em direção do hospital.

Ao entrar pelos corredores compridos do pronto socorro encontra sua esposa conversando com o médico. Quando o percebe entrando, se vira e corre para seus braços atormentada pelas palavras do médico. Ao perguntar o que estava acontecendo, e o que o médico disse sobre seu filho, ela fala que, para o rapaz, não havia muito o que fazer.

Aquele homem enraivecido e furioso entra atrás do médico, o puxa pelo braço e em prantos oferece todos os seus bens, todo o seu dinheiro, tudo o que tinha para que salvasse seu filho. Aquele médico olha bem no fundo dos olhos daquele pai e diz: Não posso fazer nada pelo seu filho. Se alguém pode esse é Deus.

Aquele homem larga lentamente o braço do médico a esperar o pior, a aguardar a morte de seu filho, pois, por toda sua vida, nunca aprendeu a crer em Deus, nunca acreditou no invisível, no sobrenatural, nunca soube o que era ir além dos limites humanos nas asas da fé. Nunca soube que as coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus.


Miquéias Castro

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