30 de jun. de 2012

Luto que espero


“Pois sabemos que a nossa velha natureza pecadora já foi morta com Cristo na cruz a fim de que o nosso eu pecador fosse morto, e assim não sejamos mais escravos do pecado.” (Rm 6:6)

Queria eu estar de luto; luto ontem, luto hoje e luto amanhã. Luto que nos espanta, nos atormenta. Luto que nos faz doer a alma, que estremece o espírito. Luto que nos leva ao choro pela certeza de nunca mais voltar à vida. Queria eu estar de luto.

Luto pelo luto e minha luta o afugenta. Luto é a presença da morte, do cadáver frio em quem não há mais vida. Luto pelo desaparecimento, pela perda, pela distância. Mas, porque continuo lutando se, em cada tentativa de luto, mais vivo, mais presente, mais perto.

Muitos lutos poderiam trazer tristeza, mas meu luto, pelo que luto, faria minha noite amanhecer, tornaria meu pesadelo em sonhos, abriria um sorriso onde, por muito, só se vê tristeza.

Talvez, meu luto nunca exista pelo fato de meu inimigo ser forte demais, ágio, valente, inteligente. Luto pelo luto da morte de quem me conhece muito bem. Luto para viver a alegria do luto do meu Eu.

Mas a realidade é esta que “O que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?” Romanos 7:15-25

Enquanto espero penosamente viver o luto e gozar a morte do meu Eu, prossigo confiante que Deus há de completar a obra que um dia Ele começou em mim. Posso não ter estado de luto ontem, posso até não estar de luto hoje, mas luto e creio que amanhã estarei de Luto.



Miquéias Castro


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