MÂOS DADAS
Um ao outro ajudou e ao seu companheiro disse: Sê forte! Isaías 41.6
Como estava longa aquela caminhada... ouviu falar que o lugar para onde
ia era lindo, cercado por montanhas rochosas, os campos eram verdejantes,
pequenos córregos de águas puras e cristalinas cortavam o chão, tais veias
irrigavam a terra trazendo vida a vegetação. Lá, como em poucos lugares ainda,
o ar era puríssimo, do qual podia-se encher os pulmões numa profunda respirada
da manhã. Ouviu falar também que neste pequeno paraíso o tempo havia parado ou
ao menos passava bem mais lento do que em todos outros lugares do mundo.
Mas já estava cansado... o caminho era longo, difícil, seus pés estavam
doloridos pelas muitas pedras e espinhos, suas pernas outrora fortes agora
parecia que não eram capaz de suportar o peso do próprio corpo, pois foram
levadas a exaustão no andar em terrenos inexatos, irregulares, saltando valas,
se abaixando-se sob troncos.
Conforme o tempo passava, dar um passo era cada vez mais difícil.
Pensamentos como: “Será que compensa tamanho esforço?”, “Seria o lugar
tão lindo assim?”, “Por que um lugar tão bom com um caminho tão difícil?”. Vencido
pelo cansaço e pela fome vê seu corpo desabar à beira do caminho. Seria verdade
existir um lugar tão lindo e tão maravilhoso mesmo? Era o que sua mente lhe
dizia, mas seu coração não duvidava. De repente um ânimo, movido pela certeza
do seu coração se apodera dele e junta o restinho de força do seu interior para
se por de pé e continuar a caminhada. Nada. Não era o bastante. Nada
acontece. Todas suas forças foram gastas. Ainda que tivesse toda a vontade do
mundo já não tinha mais força própria para continuar. Frustrado, já não tinha
mais esperança de nada a não ser da morte. A dias vinha andou solitário sem
encontrar alguém, à horas estava ali, semi morto na beira do caminho, sem que
ninguém passasse por ele. Vivia ele agora somente a angústia da espera da morte
e adormece.
Não sabe ele quanto tempo
ficou ali, se horas ou dias desfalecido. Olhos entre abertos, acorda, era
madrugada fria e percebe que alguém está perto dele. Não tinha sequer forças
para correr ou até mesmo se defender. Quando, de repente, uma mão o toca. De
uma forma meiga e amorosa levanta vagarosamente sua cabeça e lhe dá água fresca
para beber. Abaixando-o retira de seu alforje um pedaço de pão. Belisca dele
pequeninos pedaços e o dá direto na boca facilitando assim sua absorção, cura
as feridas abertas e o cobre protegendo-o da neblina fria da noite. No outro
dia acorda e percebe estar num lugar mais lindo que podia imaginar.
Tudo que ouviu falar não se
comparava ao que seus olhos estavam vendo. Como disse Paulo do céu: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou
em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.”. 1 Co2.9. Mas como chegara ali? Não se lembrava do restante
da caminhada. Curioso sai a procura de quem o levara, quando alguém chega a ele
e diz: “Não importa
como você chegou, o importante é que você está aqui e teve com quem contar”. Na Carta aos Galatas está escrito: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis
a lei de Cristo.” Gálatas 6:2. Isso é estar juntos, caminhar juntos, andar de MÃOS DADAS! De MÃOS DADAS
se faz o que sozinho não se consegue.
Miquéias Castro
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