Esperança

“Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus” Salmo 42.11

Cansado, enfraquecido tentava continuar sua caminhada. Procurou a alegria, a felicidade por todos os lados, mas não encontrou. O que estaria de errado com ele? Lembrou-se de algo que teria ouvido, ou quem sabe lido em algum lugar uma frase que dizia: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei.” Provavelmente essa informação lhe foi conhecida na infância e há muito lhe era perdido. Mas, o que lhe fez lembrar isso? Seria o momento que estava passando de lutas, de sobrecarga, cansaço? E o que assegurava a ele aquela frase ser verdadeira, válida ou ao menos funcional?

Precisava ele levantar... O dia acabara de começar e lamentar na cama seus problemas não ajudaria a amenizar o sofrimento. Levantou, foi ao banheiro. Olha sua imagem refletida no espelho. Aparência amarga, traços de um angustiado, marcas de muitas lutas era o que aquele espelho de uma forma crua e um tanto cruel fazia-o ver como a primeira coisa do dia.

Atormentado volta para o quarto e se assenta aos pés da cama. De repente seus olhos percebem que no canto de seu criado mudo havia um livro que ele por muito tempo não mais foliava. Lembranças boas começam a bombardear sua mente e inquietar seu coração, de quando ainda pequeno sua avó lia para ele lindas histórias. Sua avó, a quem tanta amava, havia falecido há 20 anos e desde então ele nunca mais ousou ler partes daquele livro. Leva a mão direita e alcança o tão esquecido livro. Estava empoeirado. Assopra sobre ele para retirar uma espessa camada de poeira e de repente aparece escrito Bíblia. Seu coração começa acelerar freneticamente.

Abre aquele livro e antes de ler qualquer coisa sua alma quase salta pela boca, pois seu espírito ansiava poder ler novamente as palavras de sabedoria. Ao abri-lo seus olhos se detiveram no Salmo 81.6,7: “Tirei de seus ombros a carga; as suas mãos foram livres dos cestos. Clamaste na angústia, e te livrei; respondi-te no lugar oculto dos trovões...”. Acabando de ler, uma paz invade seu ser e se apodera de sua alma e espírito, fazendo-o lembrar do Salmo 42.11, no qual o salmista diz que o abatimento da alma e a perturbação do espírito se cura esperando pelo cuidado de Deus, pois ele é nosso auxílio.   

Miquéias Castro