7 de abr. de 2013

COMO CRIANÇA



“Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: "Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.” Mateus 18:2-4

Chegando em casa, o pai abre a porta da sala e se depara com seu filho pequenino brincando no chão. Sentado junto aos seus brinquedos, suas maiores posses, percebendo que o pai entrara, abandona tudo, abre um largo sorriso de poucos dentes, estende os braços e faz insinuação para ser tomado no colo. Não por interesse, não pelo sentimento de querer ser importante, não para mostrar ser o melhor filho do mundo, mas simplesmente para estar nos braços do pai. Naquele momento, o mais importante é ser afagado pelo carinho do pai, é estar junto, é demostrar que sua presença é o que vale apena, e que é mais importante do que todos os seus brinquedos.

Desde que atingimos certa idade, não vemos a hora de crescermos, de atingirmos 18 anos, de nos tornarmos independentes, emancipados, de termos a chance de ter tirar habilitação, votar, entre outras coisas que nos fazem sentir adultos, crescidos, responsáveis. Junto ao crescimento vem o orgulho, a preocupação em ser o melhor, o primeiro, o mais importante. Somos tomados pela necessidade de estarmos em destaque, de se sobrepujar aos outros, de deter a liderança. Desapegamos-nos do importante (de Deus, da família, dos amigos) para nos preocuparmos com o que menos importa (com ser e ter).

Os discípulos de Jesus tiveram a mesma atitude ao perguntar-lhes quem era maior, o mais importante, o de mais destaque no céu...  Jesus toma uma criança e coloca no meio deles e responde a pergunta de uma forma inesperada, quem sabe incompreensiva: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.”

A preocupação dos discípulos era a de estar em destaque, de ser recompensados por seus esforços, retribuídos por tudo o que deixaram para trás ao seguir Jesus. Não foi à toa que outra vez, Pedro tomando a palavra, depois de uma discussão entre o Mestre e seus discípulos sobre recompensa, pergunta: “Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?” Mateus 19:27

Precisamos reaprender com as crianças sobre o amor desinteressado, a humilda de não ter a pretensão de ser o melhor, o dar sem requerer algo em troca, o querer estar junto simplesmente pelo que Deus é e não pelo que ele pode nos dar.

O que Jesus disse, ao usar como exemplo aquela criança, é que para entrarmos no céu, o que todo mundo almeja um dia, não é necessário ter a complexidade de um adulto, mas sim a simplicidade de uma criança.
Miquéias de Castro

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