TROVÕES E TROVOADAS
“O senhor é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me
faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha
alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. Ainda que eu
andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás
comigo; a tua vara e o teu cajado me consola. Salmos 23:1-4”
Dias
de chuva forte precedidas por impetuosos trovões, como as que ocorreram dias a trás,
me traz na lembrança alguns fleches da infância. Quando pequeno, todas as vezes
que fortes trovões bradavam nos ares anunciando a chegada das primeiras gotas
de chuva, escondia-me debaixo da cama ou dentro do guarda roupas, com medo do
que seria depois daquele estrondo. Lembro-me da ansiedade perversa e cruel
que se apoderava do meu coração me levando muitas vezes a chorar.
Com
um censo natural de sobrevivência, o qual todo ser humano compartilha, procurava
algum lugar seguro para me abrigar, algum lugar secreto onde meus temores não
me alcançassem. Ainda que eu tivesse meus lugares de refúgio, lugar como a cama
e o guarda roupa que me faziam crer que estaria protegido, meu coração não se
aquietava, meu espírito se abalava cada vez mais. De repente, mamãe, sabendo
onde eu estava nesses dias chuvosos, ia ao meu encontro, me tirava de lá me
afagando em seus braços, dando-me proteção. Aquele que estava ali tremendo, com
medo, agora podia sair. Depois de ser afagado e segurado por ela, aquele
coração, outrora amedrontado, conseguia gozar de sossego a ponto de adormecer.
Isso
me faz lembrar a tempestade que os discípulos estavam enfrentando, quando Jesus
vem ao encontro deles subindo a bordo do barquinho e a tempestade se torna em
bonança, as ondas em calmaria e a eminente morte se transforma em vida. Aqueles
que antes lutavam pela sobrevivência lutando contra o vento forte e contra as
ondas bravias perceberam que o lugar de refúgio deles, o barquinho, era frágil,
não proporcionava estabilidade e segurança contra aquela terrível tempestade. Quando
Jesus chega, andando sobre as águas, com poucas palavras, mas cheias de
autoridade, transforma aquele momento de perigo e medo em alívio e segurança.
Nosso
Lugar de refúgio não deve ser nossos bens materiais, nossa família ou tão pouco
os amigos. Tudo isso no dia da tempestade se tornam pequenos barquinhos que
nãoa são capazes de trazer segurança, refúgio.
Não
são todas as chuvas que nosso barquinho pode enfrentar. Talvez umas e outras,
ainda que saia danificado, ele sobrevive, mas nas tempestades só Jesus pode nos
assegurar verdadeira proteção. Cristo está acima de todos os trovões e
trovoadas. Ainda que você tenha seu lugar de refúgio, procure experimentar a
companhia de nosso mestre e Senhor Jesus. Hoje, mais uma vez, ele está vindo em
sua direção para afugentar a tempestade. Não queira enfrentá-la sozinho, não
queira descobrir da pior maneira que toda a força que temos é pouco para
sobreviver a ela. Permita que Jesus Cristo entre a bordo do seu barquinho e seja Senhor da sua vida.
Miquéias
de Castro
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