28 de out. de 2012

TROVÕES E TROVOADAS




“O senhor é o meu pastor, nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consola. Salmos 23:1-4”


Dias de chuva forte precedidas por impetuosos trovões, como as que ocorreram dias a trás, me traz na lembrança alguns fleches da infância. Quando pequeno, todas as vezes que fortes trovões bradavam nos ares anunciando a chegada das primeiras gotas de chuva, escondia-me debaixo da cama ou dentro do guarda roupas, com medo do que seria depois daquele estrondo. Lembro-me da ansiedade perversa e cruel que se apoderava do meu coração me levando muitas vezes a chorar. 

Com um censo natural de sobrevivência, o qual todo ser humano compartilha, procurava algum lugar seguro para me abrigar, algum lugar secreto onde meus temores não me alcançassem. Ainda que eu tivesse meus lugares de refúgio, lugar como a cama e o guarda roupa que me faziam crer que estaria protegido, meu coração não se aquietava, meu espírito se abalava cada vez mais. De repente, mamãe, sabendo onde eu estava nesses dias chuvosos, ia ao meu encontro, me tirava de lá me afagando em seus braços, dando-me proteção. Aquele que estava ali tremendo, com medo, agora podia sair. Depois de ser afagado e segurado por ela, aquele coração, outrora amedrontado, conseguia gozar de sossego a ponto de adormecer.

Isso me faz lembrar a tempestade que os discípulos estavam enfrentando, quando Jesus vem ao encontro deles subindo a bordo do barquinho e a tempestade se torna em bonança, as ondas em calmaria e a eminente morte se transforma em vida. Aqueles que antes lutavam pela sobrevivência lutando contra o vento forte e contra as ondas bravias perceberam que o lugar de refúgio deles, o barquinho, era frágil, não proporcionava estabilidade e segurança contra aquela terrível tempestade. Quando Jesus chega, andando sobre as águas, com poucas palavras, mas cheias de autoridade, transforma aquele momento de perigo e medo em alívio e segurança.

Nosso Lugar de refúgio não deve ser nossos bens materiais, nossa família ou tão pouco os amigos. Tudo isso no dia da tempestade se tornam pequenos barquinhos que nãoa são capazes de trazer segurança, refúgio.

Não são todas as chuvas que nosso barquinho pode enfrentar. Talvez umas e outras, ainda que saia danificado, ele sobrevive, mas nas tempestades só Jesus pode nos assegurar verdadeira proteção. Cristo está acima de todos os trovões e trovoadas. Ainda que você tenha seu lugar de refúgio, procure experimentar a companhia de nosso mestre e Senhor Jesus. Hoje, mais uma vez, ele está vindo em sua direção para afugentar a tempestade. Não queira enfrentá-la sozinho, não queira descobrir da pior maneira que toda a força que temos é pouco para sobreviver a ela. Permita que Jesus Cristo entre a bordo do seu barquinho e  seja Senhor da sua vida.




Miquéias de Castro

0 comentários: